Debate “E agora advocacia?” é iniciativa pioneira
Debate aberto reuniu a advocacia em torno de temas importantes para o futuro da classe
Como debater a advocacia, seus rumos e desafios, de maneira profunda e profícua? Comece juntando ícones do direito local e abra a palavra para os quem entendem do assunto, os advogados. Foi desta maneira que ocorreu na noite do dia 08.08 na Casa do Advogado, o evento “E agora advocacia?”.
A mesa presidida pelo Presidente Domingos Stocco foi formada também pela diretora do Departamento Cultural e de Eventos, e pelos debatedores, o professor e procurador Dirceu Chrysostomo, e as advogadas Claudia Seixas e Célia Meireles.
Os três temas escolhidos foram: “Passei na OAB, e agora? Que tratou sobre os primeiros enfrentamentos da jovem advocacia recém-ingressada na carreira; “O poder Judiciário na contramão da Justiça, e agora?”, que abordou o distanciamento de todo os sistema judiciário para com a sociedade e com a justiça; E “O peticionamento eletrônico chegou, e agora?” Onde foi exposto o sistema de peticionamento eletrônico, um dos maiores desafios da advocacia nos próximos anos.
Num dos pontos fortes da noite, Dirceu Chrysostomo salientou que o Brasil forma um bacharel em direito a cada 6 minutos e que só a região de Ribeirão Preto possui mais faculdades de Direito do que Portugal inteiro, sendo necessária uma reflexão profunda não só sobre o excesso de cursos jurídicos, mas também sobre a saturação do mercado de trabalho, que tem feito tantos formandos seguirem outras carreiras.
Claudia Seixas disse que o jovem que se formou em Direito precisa fazer uma análise sincera, um diálogo consigo mesmo e se perguntar se quer seguir a carreira de advogado, se tem vocação, se está disposto e se tem condições de enfrentar as dificuldades dos primeiros anos de advocacia, ter consciência que os primeiros sete anos, pelo menos, serão de investimento e de sacrifício.
Célia Meireles apontou uma série de fatos que separam o sistema judiciário do seu caminho em prol da justiça, explicitando, que sem o advogado não há justiça.
No fim da noite foi dada a palavra para os que quiserem compor o debate, dos 80 colegas advogados presentes, muitos reclamaram da estrutura oferecida pelo judiciário e do mau atendimento dos servidores públicos da Justiça; foi abordando extensamente de como os direitos e prerrogativas da advocacia são ameaçados diuturnamente pela existência, embora em menor número, das autoridades coatoras.
Presidente Domingos Stocco terminou os trabalhos tratando da responsabilidade com as prerrogativas da advocacia. “É um responsabilidade nossa, além de um direito, pois quando não enfrentamos a ameaça em nossas prerrogativas, não são somente as nossas prerrogativas que são invadidas, mas de toda a classe”, disse terminando a fala.
Após o evento foi oferecido um coquetel de confraternização, o debate faz parte do ciclo de palestras e debates organizado pela Diretoria e pelo departamento Cultural e de Eventos da 12ª. Subseção da OAB/SP em comemoração ao mês do advogado.