Por uma política municipal de preservação do patrimônio

A importância da herança cultural de Ribeirão Preto é inquestionável.
Alçada no plano nacional pelo ciclo cafeeiro na época do chamado “ouro verde”, quando Ribeirão Preto chegou a responder por 30% do café produzido no país, teve materializado em suas edificações a opulência desse período de ouro.
Ribeirão Preto estava na rota do progresso. Aqui foi instalada a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro que pavimentaram as bases da grandeza de nossa região. Desgraçadamente, essa história, a nossa história, vem sendo apagada ano a ano. Resultado de anos e anos da total incompreensão dos gestores públicos da importância de manter viva a nossa história. Ressalvado um lampejo aqui e ali, como a restauração do Theatro Pedro II, nada mais se fez de significativo em defesa de nosso patrimônio histórico. Cristalizou-se a crença que investir dinheiro em cultura é perder valiosos recursos, como se a preservação de nossa identidade fosse menos importante do que as demais demandas públicas.
Um exemplo disso é o ínfimo valor do orçamento municipal destinado a promoção da cultura de nossa cidade.
Não podemos mais nos apoiar na muleta dos erros das administrações passadas para justificar nossa inércia.
É preciso mudar o curso. Renascer. Agir. Ao que parece, felizmente, o primeiro passo foi dado. A missão hercúlea da iniciativa privada de restaurar o Palacete Jorge Lobato é um exemplo de que é possível – com vontade, bom projeto e equipe qualificada –  preservar a história para as gerações futuras. Essa iniciativa nos mostra que quando há seriedade e transparência na execução,  a sociedade civil também participa, como aconteceu com as universidades que abraçaram a ideia. Esperamos que este espírito toque os gestores públicos e dela possam florescer a construção de uma politica pública que de fato viabilize a preservação da herança cultural de Ribeirão Preto.

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