Após pedido da Comissão do Negro da OAB, PMs suspeitos de espancar Luana são afastados

Luana dos Reis, de 34 anos, morreu após agressão em abordagem policial, pedido de afastamento foi feito pela OAB.

O caso de Luana Barbosa dos Reis é emblemático e explicita para sociedade os números absurdos abjetos de violência contra a população negra em bairros de periferia. De acordo com o Mapa da Violência de 2014,  durante o período 1980 a 2011, foram mortos 20.852 jovens negros, um número três vezes maior que o número de homicídios de jovens brancos.

Após reunião com superiores da polícia Militar, a 12ª. Subseção da OAB SP, através da sua Comissão do Negro e Assuntos Antidiscriminatórios (CNAA), Comissão da Mulher Advogada (COMAD) e Comissão e Direitos Humanos (CDH), pediu o afastamento dos policiais militares envolvidos no suposto espancamento à Luana Barbosa dos Reis, de 34 anos, durante uma abordagem na periferia de Ribeirão Preto.

Segundo o Coordenador da CNAA, Eduardo Silveira Martins, na última quarta-feira (4), sob alegação de que os PMs poderiam influenciar no inquérito policial, a OAB pediu o afastamento que ocorreu quatro dias após. A PM informou que os policiais passarão a atuar em atividades administrativas dentro do quartel.

Caso

Luana Barbosa morreu em 13 de abril, após cinco dias internada na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a causa da morte foi isquemia cerebral e traumatismo crânio-encefálico, em decorrência de espancamento.

A família alega que Luana foi agredida porque negou ser revistada por policiais do sexo masculino, durante uma abordagem perto da casa onde morava, na zona norte da cidade. A irmã, a professora Roseli Barbosa dos Reis acusa os policiais de racismo e homofobia, uma vez que Luana era negra e lésbica.

As Comissões citadas acompanham o caso de perto.

Colaborou G1.
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